É muito comum ouvir as pessoas
acusarem umas as outras de egoístas. Mas será que sabemos o que é egoísmo? Como
se comporta uma pessoa egoísta? Porque agem assim?
Primeiramente há diferenças entre
egocentrismo e egoísmo. De forma geral, uma pessoa egocêntrica é aquela que se
coloca como o “centro”. Ela percebe o mundo a partir dela mesma, se coloca como
referência e percebe o mundo estando no centro. Assim como na antiguidade, os astrônomos
acreditavam que a terra era o centro do universo, assim são os egocêntricos. Tudo é muito material, de sensações físicas. Os
assuntos que enredam uma pessoa egocêntrica estão sempre voltados para as questões
do dia a dia, materialistas, adoram falar sobre a sua vida e a vida de outras
pessoas, do bairro, da cidade, por exemplo. O egocêntrico nada entende,
reconhece ou valoriza além do que acontece com si mesmo
O egocêntrico vive em um processo
de regressão infantil, quando ainda bebê, acreditava fantasiosamente que ele
era o centro e tudo girava a partir das suas necessidades e desejos
O egoísmo é uma postura em não sair
dessa fase infantil e tem como ponto central um ajuizamento moral. Sim, egoísmo
é uma questão moral – de baixo desenvolvimento moral – pois o contrário do
egoísmo é o altruísmo e a solidariedade. A atitude egoísta é a de pensar
somente em si, manter relações de trocas – entre outros que vou destacar – enquanto
que o altruísmo é a atitude de colocar o sentimento do outro acima de seus
próprios sentimentos; é entender o outro, ver as suas necessidades, se
colocando no lugar dele, ter a percepção de uma situação tendo a ótica a
própria ótica do outro, algo impensável para o egoísta, já que julga ter maiores
direitos que qualquer outro e sua visão gira em torno de si mesmo.
Há uma postura egoísta natural e totalmente
genuína – sem a qual a espécie humana não existiria, e está intrínseca em todos
os seres vivos – e se esclarece no
instinto de autoprevervação e autoconservação do corpo e da vida. Então, se a sobrevivência
for colocada em risco é natural buscar atitudes egoístas para mantê-la. É uma
medida comum que todo o ser vivo tem, sendo natural e justa. Os animais fazem
isso muito bem, até porque como são seres irracionais, instintivos e dependentes, pensam
somente em si mesmo e na sua sobrevivência, seu instinto de preservação e de
sobrevivência está acima de tudo.
Os seres irracionais se comportam
dessa forma sempre – possivelmente os homens das cavernas eram assim. Os seres
humanos dotados de inteligência e reflexão deveriam ser diferentes. Essa medida
já não se torna válida e o coloca em paridade com os animais irracionais quando
se comporta dessa maneira em níveis mais contínuos. Quando a preservação e
conversação da sua vida estiverem em jogo é normal se comportar como egoísta,
daí em diante não é mais. Cuidar de si é justo e não deve ser chamado de
egoísmo ou qualquer similar. Querer direitos e favorecimentos pessoais em
detrimento aos outros é ser egoísta. É o egocentrismo infantil, a fixação dos
resultados positivos adquiridos nessa fase que o fazem perpetuar esse
condicionamento e nos mostra claramente que esse ser humano não amadureceu, ainda é uma criança manipuladora, insegura e incompetente,
enquanto no desenvolvimento de seus valores morais, da sua autonomia e de sua sobrevivência
afetiva.
Para resumir, vou descrever algumas breves atitudes egoístas que se contrapõem a felicidade, a fim de auxiliar a se
observar e sair dessa postura tão nociva ao desenvolvimento da maturidade, da autoestima, da felicidade
e do desenvolvimento da sociedade – já que faz permanecer entre os brutos instintos animais.
O ser egoísta centraliza tudo em
torno de si. As suas ações visam no final as suas satisfações pessoais materialistas,
consumistas, imediatistas – o objeto lhe fornece a superioridade e o
reconhecimento. O egoísta tem a
estrutura possessiva de que tudo é dele, sendo, portanto, uma pessoa ciumenta,
com sentimentos de superioridade e acomodação. Se alguém não satisfaz seus
desejos e interesses logo “faz bico”, pois vive de alta expectativa em receber
e ser reconhecido pelos demais.
Ele não se importa com a felicidade
e bem estar do outro – não consegue ver a vida a partir da ótica do outro. Habitualmente
é crítico, sempre “percebendo” os defeitos dos outros, e consequentemente é
alguém que exige demais dos outros e quase nada de si mesmo. Os outros é que
tem que mudar, ele não; a culpa da sua situação sempre é dos outros; os outros
é que devem lhe servir e prover. Ele nasceu perfeito e, como ser perfeito, deve
ser atendido em seus desejos de “rei”.
Como pensam em si mesmos, vivem
para ter reconhecimento e gratificação exterior, dizem e fazem tudo para
agradar. São bonzinhos, caridosos, tipo “perfeitinho”, pois assim serão amados
e reconhecidos. Fazendo o que os outros querem terão o que almejam.
O egoísta quer sempre receber para
se sentir feliz – aliás, é um ser que só sente – e por isso sua visão de vida é
baseada em trocas, e sempre querem receber muito mais do que ”investiram” ou
julgam valer. Ao final sempre estão dizendo que se sacrificaram, lutaram a vida
inteira por algo ou alguém, mas na realidade estão pensando somente no que
iriam ter que receber e não receberam. E nesse exemplo a posição vitimista já
denuncia a necessidade de se manter no centro ao mesmo tempo em que manipula o
meio para receber seu reconhecimento e atenção. Em qualquer relação sempre
dizem que deram o melhor de si e o outro nunca correspondeu às suas
expectativas.
Por serem egocêntricos são viciados
em amar. Amar no sentido de serem amados - pois estão incapazes de amar alguém, principalmente a si mesmos - e por isso sempre está fazendo o que
os outros querem – mesmo contra sua vontade – para terem o do afeto, reconhecimento
e segurança alheia. São ainda crianças, dependentes emocionais, escravos do
ilusório.
Quem vive de trocas é uma pessoa
egoísta, que faz algo a alguém esperando sempre em receber, e esperam sempre
receber mais do que deram – se é que verdadeiramente deram algo. Quando não
recebe, o egoísta reage de duas formas básicas: com os mais fracos, responderá com
severidade e agressividade, agindo de forma a denegrir a imagem, o trabalho, a
capacidade, a moral dessa pessoa de forma direta, reclamando, acusando,
criticando, colocando de castigo. Não irá pensar duas vezes em “jogar na cara”
as suas “verdades” por saber ser o outro mais fraco (cônjuge, filhos,
subalternos). No outro caso, quando percebe que o outro é uma pessoa mais “forte”,
a conversa muda de figura, suas ações são covardes e traiçoeiras. Como teme a
represália, em ser punido ou prejudicado, não irá agir como antes, mas usará de
artifícios externos para denegrí-la, e dessa forma, falará mal pelas “costas”, incitará os demais
a antipatia.
Em resumo: os egoístas vivem no
aqui e agora material; são possessivos e ciumentos a coisas e/ou pessoas; não
conseguem ver e se colocar no mundo sob o ponto de vista do outro, e por isso
são impacientes e incompreensivos; são reativos e tem alta expectativa em
receber reconhecimento, valoração e o afeto dos outros; como buscam seu próprio
interesse, mantém relacionamentos de troca e sempre querem receber muito mais
do que oferecem; como acreditam que o mundo deve muito a eles são incapazes de
sentir e expressar gratidão – a não ser quando convém – já que é obrigação dos
outros satisfazer as suas necessidades.
Se você se identificou com esse
texto, esclareço que é possível mudar essa postura para ser livre e feliz de
verdade, pois querer ser feliz através da valorização de bens materiais,
títulos, cargos; ser amado e reconhecido em uma barganha emocional; viver do
ilusório mundo exterior só o levará a desilusão e a infelicidade.
Pense nisso!!
Forte Abraço!!
Existe remédio pra isso????
ResponderExcluirComo muda?
ResponderExcluirOs seres humanos são complexos;dirigi:carro,empresa,aeronave mas é um péssimo gestor do script da sua própria historia
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